Video - O Último Trem: Mistérios de Belasombra
"O Último Trem para Belasombra" Havia algo de errado com Belasombra. Um vilarejo isolado entre as montanhas, coberto por névoa eterna e silêncio sepulcral. Quando o velho trem noturno parava ali, nenhum passageiro descia. Exceto Ana. Ela fugia de uma vida que já não queria mais: cidade grande, rotina opressora, solidão. Ao ouvir falar de Belasombra numa conversa de bar, a ideia de recomeçar num lugar tranquilo a atraiu. Chegou no último trem da noite, sob uma lua cheia que parecia morta. Na estação, não havia ninguém. Nem funcionários, nem moradores. Só um velho letreiro torto e o rangido do vento nas madeiras. O vilarejo parecia congelado no tempo: casas de pedra, janelas fechadas, nenhuma luz. Ana encontrou hospedagem numa pensão antiga, administrada por uma mulher pálida chamada Clara. "Você é a primeira em muito tempo", disse ela, os olhos fixos demais, o sorriso ausente. As noites eram estranhas. Ana acordava sempre às 3h33, ouvindo sussurros e passos nos corredores. Certa vez, viu alguém parado à porta de seu quarto – uma figura alta, de roupas escuras e olhos que refletiam a escuridão. Durante o dia, não encontrava ninguém nas ruas. Clara dizia que os moradores saíam apenas à noite, "por hábito". Quando Ana quis ir embora, descobriu que o trem não voltava. "Não por enquanto", disse Clara, olhando para o céu como se esperasse algo. Na última noite, Ana seguiu os sussurros até a igreja abandonada. Lá dentro, encontrou todos os moradores: imóveis, em círculo, rodeando um altar onde jazia um corpo fresco. Os olhos de Clara agora eram vermelhos. Quando ela sorriu, os dentes brilharam como navalhas. "Bem-vinda à família", sussurrou, antes de tudo se apagar. Desde então, o trem para Belasombra continua a chegar todas as noites. Às vezes, alguém desce. E nunca mais é visto.