Video - O Lago dos Reflexos: O Encontro Fatal

Todo mundo dizia para não chegar perto do lago depois do pôr do sol. Diziam que a água ficava… viva. Mas naquela noite, eu precisava ver com meus próprios olhos. O lago estava parado demais. Nem vento, nem insetos, nem som. Só aquele silêncio pesado, que parece encostar na pele. Foi então que percebi meu reflexo na água. Ele estava… atrasado. Eu mexia a mão, e ele mexia um segundo depois. Pensei que era minha mente brincando comigo, até o reflexo… sorrir. E eu não estava sorrindo. Meu corpo travou. A água começou a borbulhar como se algo enorme estivesse subindo. Do reflexo surgiram mãos negras, longas, magras demais pra serem humanas. Elas atravessaram a superfície como se fosse tecido. Antes que eu pudesse correr ouvi minha própria voz vindo do lago: “Você demorou… eu estava te esperando.” As mãos me agarraram pelos tornozelos. A água ficava cada vez mais gelada me congelando na beira do lago. Eu tentei gritar, mas estava me tremendo demais. Na superfície, vi… muitos corpos, achei que fosse loucura da minha mente Todos com o rosto igual ao meu. Todos me encarando, boiando imóveis, olhos brancos abertos. E no meio deles, uma versão minha apareceu, perfeita, intacta… mas sorrindo de um jeito que eu nunca sorri. Ela colocou a mão no meu rosto e disse: “Só pode existir um de nós fora da água.” ai caiu minha ficha aquilo tudo era real, mas já era tarde Senti meu peito estourar de falta de ar ,tudo ficou escuro. A última coisa que vi foi ele, o outro “eu”, subindo a superfície… saindo do lago com meu corpo, minhas roupas, minha vida. E eu? Eu fiquei lá embaixo. Com os outros.