Video - Darwin: Entre A Ciência e a FÉ
Charles Darwin, o homem que revolucionou a ciência com a teoria da evolução, viveu um conflito interno entre suas descobertas científicas e as crenças religiosas de sua época. Criado em uma família cristã anglicana, Darwin chegou a considerar a carreira eclesiástica antes de se tornar naturalista. Contudo, sua viagem a bordo do HMS Beagle, em 1831, mudou para sempre sua visão de mundo. Ao explorar diferentes ecossistemas, Darwin observou padrões na natureza que desafiavam a narrativa bíblica literal. Por que espécies semelhantes variavam em diferentes ilhas? Por que estruturas "imperfeitas" existiam em organismos? Essas perguntas levaram-no a formular a teoria da seleção natural, que explicava a diversidade da vida sem a necessidade de intervenção divina direta. Quando publicou "A Origem das Espécies", em 1859, ele não negou Deus explicitamente, mas propôs um mundo guiado por leis naturais, o que gerou choque e debates. Apesar de sua contribuição científica, Darwin manteve um relacionamento complexo com a religião. Ele nunca se declarou ateu, preferindo se descrever como agnóstico. Sua crença em Deus foi profundamente abalada pela morte de sua filha Annie, aos 10 anos, em 1851. Para Darwin, essa tragédia tornou inconcebível um Deus benevolente, aprofundando suas dúvidas espirituais. Ainda assim, ele respeitava a fé alheia, especialmente a de sua esposa, Emma, uma cristã devota. Ele evitava confrontos diretos com religiosos e mostrava humildade ao lidar com questões de espiritualidade, reconhecendo os limites do conhecimento humano. A jornada de Darwin reflete o dilema universal entre ciência e fé. Ele desvendou os mistérios da vida natural, mas o enigma de Deus permaneceu sem resposta, deixando um legado tanto de descoberta quanto de reflexão.