Video - A Maldição da Sétima Noite
“A Sétima Noite” Toda cidade pequena tem suas lendas. Em São Bento do Mato, era a do lobisomem. Diziam que, na sétima sexta-feira de Lua Cheia do ano, o filho mais novo de uma linhagem amaldiçoada se transformava numa besta. Um homem que rasteja pela mata, com pelos grossos como espinhos e olhos amarelos que brilham no escuro. Ele fareja o sangue de quem carrega pecado. Por isso, quando as ovelhas da fazenda começaram a aparecer mortas, com a garganta dilacerada, o padre achou que fossem lobos. Mas os mais velhos sabiam: não havia lobos naquela região há décadas. E então, a cada sexta de Lua Cheia, mais um desaparecimento. O mais estranho era o som: um uivo misturado a choro humano, que ecoava dos campos, vindo de algum lugar entre os túmulos antigos do cemitério velho. Laura, uma jovem estudante de veterinária, voltou à cidade para visitar a avó. Ria da lenda... até que ouviu, no meio da noite, um som arranhando a porta da cozinha. Quando olhou pela janela, não era um cachorro. Era alto... com garras... e olhos humanos cheios de dor. O bicho fugiu, mas deixou pegadas... que começaram como patas e terminaram como pés descalços de homem. Na manhã seguinte, ela seguiu o rastro até uma casa abandonada na beira da mata. Lá, encontrou um diário velho. Escrito por seu tio desaparecido há 20 anos. > “A maldição voltou. Sinto o cheiro de carne viva antes de me transformar. Não quero matar. Mas o lobo quer.” Na última página, a confissão: > “O sétimo da linhagem sou eu. E o oitavo será o filho da minha irmã...” Laura congelou. Ela era filha única. E a filha da irmã dele. Naquela noite, a Lua ficou vermelha. E alguém a viu, nua, ajoelhada no campo, com sangue escorrendo dos lábios... uivando. E toda cidade estremeceu com os uivos, se trancando dentro de suas casas tremendo de medo. E com o fim da sua transformação a caçada por vítimas teve início. Até os cães da rua corriam amedrontados, com medo da criatura que era terrivelmente assustadora.