Video - A Fome do Cachorro Maldito: Lendas de São Roque das Almas
A Lenda do Cachorro Maldito, Comedor de Humanos Numa vila esquecida pelo tempo, chamada São Roque das Almas, existia uma história que ninguém ousava contar à noite: a do Cachorro Maldito. Diziam que ele era maior que um lobo, com olhos vermelhos como brasas e pelos negros como breu. Aparecia apenas nas madrugadas de lua nova, quando o silêncio era tão profundo que se podia ouvir o som da própria respiração. Segundo os mais velhos, tudo começou há mais de cem anos. Um fazendeiro cruel, chamado Joaquim, torturava seus cães e os deixava famintos, obrigando-os a lutar entre si por comida. Até que um deles, o mais inteligente, chamado Bento, escapou. Mas antes de fugir, ele assistiu seu irmão ser queimado vivo pelo fazendeiro. Naquela noite, algo mudou nele. Bento foi encontrado morto dias depois, enforcado em uma árvore com um arame farpado – obra de Joaquim. Mas o que ninguém soube explicar foi que, naquela mesma noite, o corpo do fazendeiro desapareceu misteriosamente. E desde então, a vila passou a ouvir uivos aterrorizantes durante a madrugada. Anos se passaram, mas sempre que alguém maltratava um animal na vila, desaparecia sem deixar vestígios. A única pista era sempre a mesma: marcas de garras enormes na porta e pegadas ensanguentadas que levavam até a mata. Uma mulher jura ter visto a criatura carregando um braço humano entre os dentes. O padre local tentou exorcizar o lugar onde o fazendeiro vivia, mas não voltou. O altar da capela foi encontrado arranhado, com palavras em latim riscadas no chão com sangue seco: “Canis Maledictus” – o cão amaldiçoado. Hoje, ninguém ousa andar pelas ruas da vila após o pôr do sol. E se você escutar um uivo distante e sentir um cheiro de queimado no ar... corra. Talvez o Cachorro Maldito esteja sentindo o seu cheiro. E ele tem fome.